Diário de Bordo em 06 de dezembro de 2011
Bom, a meteorologia não tem se enganado. O tempo não vai melhorar por agora e meu tempo está se esvaindo... assim, em reunião com a tripulação (Rita e Caio, rs), resolvemos abortar o cruzeiro e deixá-lo mais para frente. Janeiro talvez, caso não atrapalhe o curso para Chefe Escoteiro que tenho agendado para dias 6 e 7 .
Melhor assim. Navegar por prazer com tempo e mar ruim não é bom. Não tinhamos compromissos que nos obrigasse soltar as amarras e partir. Não vamos tornar um passeio em pagação de promessa.
Há tempo para tudo, como podemos ler em Eclesiastes capítulo 3, versículos de 1 a 8.
1. Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.
2. Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou;
3. Tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo de edificar;
4. Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar;
5. Tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de afastar-se de abraçar;
6. Tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de lançar fora;
7. Tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar;
8. Tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz.
Por isso...
Boa navegação a todos!
Capitão Gutemberg.
Comandante da Embarcação Odyssey.
quarta-feira, 7 de dezembro de 2011
sábado, 3 de dezembro de 2011
Diário do Cruzeiro - 03DEZ11
Diário de Bordo em 03 de dezembro de 2011
Consertei a bomba d´água. Na verdade a substituímos arrumando uma conta para janeiro. Enfim, está funcionando.
A Rita fez o almoço (carne seca com bata e cenoura, arroz e salada de pepino japonês) e estamos arrumando algumas poucas coisas para podermos ir até o posto abastecer e ficarmos prontos para a saída amanhã pela manhã. Pretendo sair por volta das 07:00 hs.
Estamos acompanhando a meteorologia e a partir de 05:00 hs UTM (com horário de verão 03:00 hs aqui) as ondas passam a ser suaves.
Quero aproveitar e zarpar.
Vamos receber o Caio a bordo lá em Ilhabela e ele irá conosco nesse cruzeiro. Vou ver se já aproveito para ir treinando algo sobre o escotismo do mar com ele.
Então é isso. Até lá e por enquanto...
Boa navegação a todos!
Capitão Gutemberg.
Comandante da Embarcação Odyssey.
Consertei a bomba d´água. Na verdade a substituímos arrumando uma conta para janeiro. Enfim, está funcionando.
A Rita fez o almoço (carne seca com bata e cenoura, arroz e salada de pepino japonês) e estamos arrumando algumas poucas coisas para podermos ir até o posto abastecer e ficarmos prontos para a saída amanhã pela manhã. Pretendo sair por volta das 07:00 hs.
Estamos acompanhando a meteorologia e a partir de 05:00 hs UTM (com horário de verão 03:00 hs aqui) as ondas passam a ser suaves.
Quero aproveitar e zarpar.
Vamos receber o Caio a bordo lá em Ilhabela e ele irá conosco nesse cruzeiro. Vou ver se já aproveito para ir treinando algo sobre o escotismo do mar com ele.
Então é isso. Até lá e por enquanto...
Boa navegação a todos!
Capitão Gutemberg.
Comandante da Embarcação Odyssey.
Cruzeiro de dezembro de 2011
Diário de Bordo em 03 de dezembro de 2011
Estamos na marina aguardando ainda melhoras do tempo que já mostra sinais de mudança. Chegamos ontem com a intenção de sairmos hoje pela manhã, mas o dia amanheceu nublado e com chuva e as ondas aumentavam no mar.
Acompanhando a meteorologia (http://www.cptec.inpe.br/) estou vendo condições mais favoráveis para sair no domingo pela manhã.
Nossa derrota estabelecida é a seguinte (com saídas sempre as 06:00 horas):
1º dia - Marina - Ilhabela
2º dia - Ilhabela - Paraty (abastecimento e água)
3º dia - Paraty - Ilha dos Cedros
4º dia - Ilha dos Cedros - Ilha Paquetá
5º dia - Ilha Paquetá - (Ilha Cataguazes - passar o dia) - Lagoa Azul (chegando a noite)
6º dia - Lagoa Azul - Lagoa Azul
7º dia - Lagoa Azul - Saco do Céu (pernoite e abastecimento água)
8º dia - Saco do Céu - Lagoa Verde
9º dia - Lagoa Verde - Paraty (abastecimento) - Ilha Catimbau (almoço) - Ilha da Cotia
10º dia - Ilha da Cotia - Ilha da Cotia
11º dia - Ilha da Cotia - Ilha Anchieta
12º dia - Ilha Anchieta - Ilhabela
13º dia - Ilhabela - Marina
Mas antes terei que consertar a bomba de água doce que decidiu quebrar aos 49° do segundo tempo. Rodamos hoje e não conseguimos. Amanhã cedo vamos tentar novamente. Tem que sair, pois não dá para navegar sem água doce.
Enquanto isso...
Boa navegação a todos!
Capitão Gutemberg.
Comandante da Embarcação Odyssey.
Estamos na marina aguardando ainda melhoras do tempo que já mostra sinais de mudança. Chegamos ontem com a intenção de sairmos hoje pela manhã, mas o dia amanheceu nublado e com chuva e as ondas aumentavam no mar.
Acompanhando a meteorologia (http://www.cptec.inpe.br/) estou vendo condições mais favoráveis para sair no domingo pela manhã.
Nossa derrota estabelecida é a seguinte (com saídas sempre as 06:00 horas):
1º dia - Marina - Ilhabela
2º dia - Ilhabela - Paraty (abastecimento e água)
3º dia - Paraty - Ilha dos Cedros
4º dia - Ilha dos Cedros - Ilha Paquetá
5º dia - Ilha Paquetá - (Ilha Cataguazes - passar o dia) - Lagoa Azul (chegando a noite)
6º dia - Lagoa Azul - Lagoa Azul
7º dia - Lagoa Azul - Saco do Céu (pernoite e abastecimento água)
8º dia - Saco do Céu - Lagoa Verde
9º dia - Lagoa Verde - Paraty (abastecimento) - Ilha Catimbau (almoço) - Ilha da Cotia
10º dia - Ilha da Cotia - Ilha da Cotia
11º dia - Ilha da Cotia - Ilha Anchieta
12º dia - Ilha Anchieta - Ilhabela
13º dia - Ilhabela - Marina
Mas antes terei que consertar a bomba de água doce que decidiu quebrar aos 49° do segundo tempo. Rodamos hoje e não conseguimos. Amanhã cedo vamos tentar novamente. Tem que sair, pois não dá para navegar sem água doce.
Enquanto isso...
Boa navegação a todos!
Capitão Gutemberg.
Comandante da Embarcação Odyssey.
sexta-feira, 2 de dezembro de 2011
ZCAS mantem chuva entre o AM e Sudeste do Brasil
Diário de bordo em 02 de dezembro de 2011
Estamos prontos e aguardando melhoras do tempo para zarpar. Ontem choveu bastante durante nossos preparativos e hoje amanheceu com nuvens baixas e chuva fina. As ondas subiram um pouco e o dia fechado não irá proporcionar uma navegação agradável. Vamos aguardando as melhoras.
ZCAS mantém chuva entre o AM e o Sudeste do Brasil
Capitão Gutemberg
Comandante da Embarcação Odyssey
Estamos prontos e aguardando melhoras do tempo para zarpar. Ontem choveu bastante durante nossos preparativos e hoje amanheceu com nuvens baixas e chuva fina. As ondas subiram um pouco e o dia fechado não irá proporcionar uma navegação agradável. Vamos aguardando as melhoras.
ZCAS mantém chuva entre o AM e o Sudeste do Brasil
Capitão Gutemberg
Comandante da Embarcação Odyssey
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
Mensagem aos Visitantes - Message to Visitors
Diário de Bordo em 27 de outubro de 2011
On English
Dear Visitor,
I have seen in the statistics of my blog that you guys are from different countries, such as:
Brazil - 4927
U.S. - 415
Portugal - 123
Argentina - 92
Germany - 42
Japan - 22
Vietnam - 12
France - 11
Spain - 10
Switzerland - 8
Please leave a short message of their passage through the blog. It would be very interesting to know them.
Thanks!
Em Português
Caro visitante,
Tenho visto nas estatísticas de meu blog que voces são de diferentes países, como:
Brasil - 4.927
Estados Unidos - 415
Portugal - 123
Argentina - 92
Alemanha - 42
Japão - 22
Vietnã - 12
França - 11
Espanha - 10
Suíça - 8
Por favor, deixem uma pequena mensagem de sua passagem pelo blog. Seria muito interessante conhecê-los.
Obrigado!
Boa navegação a todos!
Capitão Gutemberg.
Comandante da Embarcação Odyssey.
On English
Dear Visitor,
I have seen in the statistics of my blog that you guys are from different countries, such as:
Brazil - 4927
U.S. - 415
Portugal - 123
Argentina - 92
Germany - 42
Japan - 22
Vietnam - 12
France - 11
Spain - 10
Switzerland - 8
Please leave a short message of their passage through the blog. It would be very interesting to know them.
Thanks!
Em Português
Caro visitante,
Tenho visto nas estatísticas de meu blog que voces são de diferentes países, como:
Brasil - 4.927
Estados Unidos - 415
Portugal - 123
Argentina - 92
Alemanha - 42
Japão - 22
Vietnã - 12
França - 11
Espanha - 10
Suíça - 8
Por favor, deixem uma pequena mensagem de sua passagem pelo blog. Seria muito interessante conhecê-los.
Obrigado!
Boa navegação a todos!
Capitão Gutemberg.
Comandante da Embarcação Odyssey.
quarta-feira, 26 de outubro de 2011
Expedição Antártica 2011 - 10º Dia - Enterprise Island - Ancorado a contrabordo do veleiro Marie Pôrles
Diário de Bordo em 31 de janeiro de 2011 - Segunda-feira
10º Dia de Expedição
Temperatura: 0°C
Céu: encoberto com chuva e neve
Vento: 170° Bb polar
V.Vento: 5.4Kn
V.Desl: ancorado a contrabordo do Marie Pôrnes
Dir: Enterprise ISL
Bar: 919 hpaMar: liso(canal)
Coord: 64°32.400’S - 61°32.400’W
Ainda chove lá fora e com essa chuva Oleg não quer navegar. Seria sair de algum lugar em que já chegamos seguros para outro que não sabemos como iremos encontrá-lo, em que pese KOTIC já ter mais de 50 expedições por aqui.
“O hoje está sempre aqui. O ontem foi para algum lugar que eu não conheço, e o amanhã virá de onde não sei”
Tomamos café, limpei minha cabine, conversamos um pouco à mesa. Tédio! Absoluto tédio!
Você tem que conviver num espaço restrito com pessoas que eu nunca havia visto a mais de onze dias atrás. Cada um fica em seu espaço fazendo algo. Todos eles são fotógrafos, editores e afins. Eu sou Policial Militar e a Adriana que é coordenadora de parques florestais em SP. Mais ou menos ligada ao Estado. São todos muito cool.
Conhecem todos os artistas, lugares do planeta, cada um é um pouco melhor que o outro.
Ricardo é gaúcho. Já conheceu muitos países e viveu em alguns deles. Foi para os EUA e lá aprendeu a profissão de fotógrafo.
André está com seu filho Gabriel de onze anos e se casou à 2 anos com sua atual esposa. Gabriel é filho de outro relacionamento de André, por isso mesmo é mimado pelo pai, se parece com um gato. Gabriel é super culto e já fez um monte de coisas. Até já saltou de paraquedas, e olha que é bem novo. André é uma das melhores pessoas, sempre procura dar alguma dica na boa; sem se aparecer. Ele também é muito amigo do Fernando, meu companheiro de quarto.
Fernando na última viagem (ele e André realizaram uma outra viagem para a Antártica com o Oleg, dois anos atrás) creio que era casado com uma tal Fernanda. Todos falam muito dela. Não está mais, já é outra namorada.
O outro casal a bordo são Bene e Maristela. Ele é piloto e tem um pequeno avião em Americana, perto de casa, mas sua profissão é consultor de fotografia. Ela é profissional nisso. São bacanas. Ele e eu conversamos bastante. Eles são os mais próximos de Oleg e Sophie e Igor.
Igor está com vinte e sete anos e tem muitas expectativas na vida. Tem trabalhado em diferentes projetos com o Beto Pandiani de travessias disso ou daquilo. Hoje ele mora - ao menos alguns meses - em Lyon, na França.
A família Oleg vive do chartes do Kotic.
Me parece que temos a possibilidade de sairmos desse buraco por volta das 12:00 hs – 14:00hs. O veleiro que está ao nosso lado Marie Pôrles também sairá. Outros mercadores de viagens. Franceses...
A rotina a bordo tende ao ostracismo. Muito bom para os cultos. Alguns estão lendo revistas em Frances, inglês, espanhol e português e até agora, pouco antes de vir acabar de escrever no... camarote, ouvindo música clássica e depois alguémcolocou uma b...de música onde o cara geme em sei lá, qual língua.
Descobri: Sou um troglodita!!!!
O capitão Oleg tem um CD com músicas populares e sambas das antigas. Fantástico!!!!
Difícil é conseguir coro para ouvi-las.
O céu está completamente, cinza e encoberto e chove e neva lá fora. Um grupo vai desembarcar para andar um pouco. Obá! O barco ficará mais vazio.
A falta de sol no céu afeta o soldado dos trópicos. Aqui falta cor. Falta calor da família. Pedi, recebi. É diferente de tudo que podia sequer imaginar. Vai ficar a recordação para as futuras gerações da nossa família.
As coisas aqui são por demais interessantes na natureza. As pessoas a bordo também. Só é necessário se adequar e entendê-las. Não entre em seus universos. Passe ao largo.
Como vocês sabem, eu nunca tinha visto neve. É a coisa mais legal vê-la do céu. Parece cinza de queimadas, porém menores e mais claras. Elas caem suavemente e vão tomando conta de todo o cenário. Andamos na neve da montanha e logo depois os passos estavam sendo cobertos pela neve que caía. É uma beleza diferente.
Aqui dentro cada um tem um projeto diferente. Ricardo, o gaúcho, está trabalhando em um projeto sobre os povos comunistas e como eles estão se adequando à abertura ao ocidente. O que isso tem a ver com Antártica até agora, não entendi. Creio que nada, apenas veio para se divertir. Pelo que ouvi ele se separou da mulher recentemente e já tem namorada e etc e deve ter vindo para cá descansar. Conhece muitos países. Foi recentemente a China e a Mongólia.
André e Fernando trabalham num projeto de fotos em 3D. Está legal o trabalho deles. São excelentes fotógrafos, como os demais. Vejo os ensaios em seus laps e está ficando uma coisa de louco. Espero que eles publiquem mesmo esse livro. Será um belo serviço à sociedade brasileira.
A Maristela – pelo que entendi – está escrevendo um livro que deve ser sobre a família Oleg. Bene lhe faz companhia.
Adriana é diferente, e isso causa certo desconforto aos demais. Eu não ligo. Vim até o final do mundo para conhecer coisas diferentes e estou tendo a oportunidade de conhecer pessoas diferentes (do que eu conheci até hoje) também. Não tem filhos, creio que nunca foi casada, vive com os pais e tios (ainda não sei ao certo), envolvida com questões ligadas a defesa do meio ambiente. Acho que está só viajando. Ainda são poucos dias para conhecer todo mundo.
Família Oleg está se capitalizando para subir ao Polo Norte, depois de 25 anos aqui no sul. Eles moram em uma cidade do Uruguai que se chama Carmelo, vivem no barco, embora a propriedade tenha mais de 60km2. Não tem casa.
Meu projeto? Não sei. Mais alguns dias e tenho certeza que algo surgirá. Meu livro talvez.
Conhecer tantos estilos de vida diferentes tem mexido com minha cabeça. É algo surpreendente isso. Faz refletir porque tanto?talvez meu projeto seja reforçar minha marca. Explorar é absolutamente embriagante.
Amanhã é o aniversário da Rita! 01 fev.11 – 45 a!
Escrever usando caneta e papel também tem causado seu impacto. Penso antes de escrever pois ficará indelével marca nestas folhas de meus pensamentos. Eu já não me lembrava mais de como era minha letra quando usada por tanto tempo. Cansa mais. É um processo mais lento, como tudo neste canto de mundo. Aqui tudo é muito mais devagar. Você ouve sobre as pessoas. Você lê. Você ouve música (que gosta e que não gosta) você observa gestos e atitudes. Você escreve. Você começa a se importar com coisas que lá fora são absolutamente, dispensáveis. Você pensa e pensa muito. Em tudo e todos. Tenho lembranças de colegas de infância que jaziam num canto escuro de minhas memórias.
10º Dia de Expedição
Temperatura: 0°C
Céu: encoberto com chuva e neve
Vento: 170° Bb polar
V.Vento: 5.4Kn
V.Desl: ancorado a contrabordo do Marie Pôrnes
Dir: Enterprise ISL
Bar: 919 hpaMar: liso(canal)
Coord: 64°32.400’S - 61°32.400’W
Ainda chove lá fora e com essa chuva Oleg não quer navegar. Seria sair de algum lugar em que já chegamos seguros para outro que não sabemos como iremos encontrá-lo, em que pese KOTIC já ter mais de 50 expedições por aqui.
“O hoje está sempre aqui. O ontem foi para algum lugar que eu não conheço, e o amanhã virá de onde não sei”
Tomamos café, limpei minha cabine, conversamos um pouco à mesa. Tédio! Absoluto tédio!
Você tem que conviver num espaço restrito com pessoas que eu nunca havia visto a mais de onze dias atrás. Cada um fica em seu espaço fazendo algo. Todos eles são fotógrafos, editores e afins. Eu sou Policial Militar e a Adriana que é coordenadora de parques florestais em SP. Mais ou menos ligada ao Estado. São todos muito cool.
Conhecem todos os artistas, lugares do planeta, cada um é um pouco melhor que o outro.
Ricardo é gaúcho. Já conheceu muitos países e viveu em alguns deles. Foi para os EUA e lá aprendeu a profissão de fotógrafo.
André está com seu filho Gabriel de onze anos e se casou à 2 anos com sua atual esposa. Gabriel é filho de outro relacionamento de André, por isso mesmo é mimado pelo pai, se parece com um gato. Gabriel é super culto e já fez um monte de coisas. Até já saltou de paraquedas, e olha que é bem novo. André é uma das melhores pessoas, sempre procura dar alguma dica na boa; sem se aparecer. Ele também é muito amigo do Fernando, meu companheiro de quarto.
Eu todo encapuzado de frio |
Dá uma olhada no estilo do Oleg...todo a vontade... |
Igor, Fernando, André e um pesquisador Ucraniano que não me lembro mais o nome. estamos na Base de Vernadsky, da Ucrânia. |
a Adriana e um integrante da Base Ucraniana. |
Fernando na última viagem (ele e André realizaram uma outra viagem para a Antártica com o Oleg, dois anos atrás) creio que era casado com uma tal Fernanda. Todos falam muito dela. Não está mais, já é outra namorada.
O outro casal a bordo são Bene e Maristela. Ele é piloto e tem um pequeno avião em Americana, perto de casa, mas sua profissão é consultor de fotografia. Ela é profissional nisso. São bacanas. Ele e eu conversamos bastante. Eles são os mais próximos de Oleg e Sophie e Igor.
Sophie contemplando a paisagem...parece que ela nunca esteve aqui...mostra o quanto ama isso! |
Sophie lê com freqüência quando não está na cozinha ou fazendo alguma outra atividade do barco. Como disse antes, ela junto com o Oleg e Igor são de fato a tripulação do Kotic. Ela é culta e muitíssimo educada. Deve ter seus quase sessenta anos. Não sei ao certo, a vida no mar envelhece as pessoas. Fica difícil precisar. Tem energia de 25 anos. O Oleg descobriu outro dia (a Sophie nos confidenciou isso) que está com quase 75 anos. O cara tem energia de um jovem de 30... tem que ver ele coçando os cabos das velas com uma mão só. Outra coisa: ele sai lá fora só com uma japona surrada e SEM luvas e nós quase congelando. é louco ver essas coisas...muito a se aprender. Um verdadeiro Lobo do Mar...um VELHO LOBO do Mar.
Le Captain... Olha ele sem luvas conduzindo o Kotic no Canal de Gerlache... |
Igor está com vinte e sete anos e tem muitas expectativas na vida. Tem trabalhado em diferentes projetos com o Beto Pandiani de travessias disso ou daquilo. Hoje ele mora - ao menos alguns meses - em Lyon, na França.
A família Oleg vive do chartes do Kotic.
Belle Sophie! |
Me parece que temos a possibilidade de sairmos desse buraco por volta das 12:00 hs – 14:00hs. O veleiro que está ao nosso lado Marie Pôrles também sairá. Outros mercadores de viagens. Franceses...
A rotina a bordo tende ao ostracismo. Muito bom para os cultos. Alguns estão lendo revistas em Frances, inglês, espanhol e português e até agora, pouco antes de vir acabar de escrever no... camarote, ouvindo música clássica e depois alguémcolocou uma b...de música onde o cara geme em sei lá, qual língua.
Descobri: Sou um troglodita!!!!
O capitão Oleg tem um CD com músicas populares e sambas das antigas. Fantástico!!!!
Difícil é conseguir coro para ouvi-las.
O céu está completamente, cinza e encoberto e chove e neva lá fora. Um grupo vai desembarcar para andar um pouco. Obá! O barco ficará mais vazio.
A falta de sol no céu afeta o soldado dos trópicos. Aqui falta cor. Falta calor da família. Pedi, recebi. É diferente de tudo que podia sequer imaginar. Vai ficar a recordação para as futuras gerações da nossa família.
As coisas aqui são por demais interessantes na natureza. As pessoas a bordo também. Só é necessário se adequar e entendê-las. Não entre em seus universos. Passe ao largo.
Como vocês sabem, eu nunca tinha visto neve. É a coisa mais legal vê-la do céu. Parece cinza de queimadas, porém menores e mais claras. Elas caem suavemente e vão tomando conta de todo o cenário. Andamos na neve da montanha e logo depois os passos estavam sendo cobertos pela neve que caía. É uma beleza diferente.
Aqui dentro cada um tem um projeto diferente. Ricardo, o gaúcho, está trabalhando em um projeto sobre os povos comunistas e como eles estão se adequando à abertura ao ocidente. O que isso tem a ver com Antártica até agora, não entendi. Creio que nada, apenas veio para se divertir. Pelo que ouvi ele se separou da mulher recentemente e já tem namorada e etc e deve ter vindo para cá descansar. Conhece muitos países. Foi recentemente a China e a Mongólia.
André e Fernando trabalham num projeto de fotos em 3D. Está legal o trabalho deles. São excelentes fotógrafos, como os demais. Vejo os ensaios em seus laps e está ficando uma coisa de louco. Espero que eles publiquem mesmo esse livro. Será um belo serviço à sociedade brasileira.
A Maristela – pelo que entendi – está escrevendo um livro que deve ser sobre a família Oleg. Bene lhe faz companhia.
Adriana é diferente, e isso causa certo desconforto aos demais. Eu não ligo. Vim até o final do mundo para conhecer coisas diferentes e estou tendo a oportunidade de conhecer pessoas diferentes (do que eu conheci até hoje) também. Não tem filhos, creio que nunca foi casada, vive com os pais e tios (ainda não sei ao certo), envolvida com questões ligadas a defesa do meio ambiente. Acho que está só viajando. Ainda são poucos dias para conhecer todo mundo.
Família Oleg está se capitalizando para subir ao Polo Norte, depois de 25 anos aqui no sul. Eles moram em uma cidade do Uruguai que se chama Carmelo, vivem no barco, embora a propriedade tenha mais de 60km2. Não tem casa.
Meu projeto? Não sei. Mais alguns dias e tenho certeza que algo surgirá. Meu livro talvez.
Frio???? Imagine... |
Conhecer tantos estilos de vida diferentes tem mexido com minha cabeça. É algo surpreendente isso. Faz refletir porque tanto?talvez meu projeto seja reforçar minha marca. Explorar é absolutamente embriagante.
Amanhã é o aniversário da Rita! 01 fev.11 – 45 a!
Escrever usando caneta e papel também tem causado seu impacto. Penso antes de escrever pois ficará indelével marca nestas folhas de meus pensamentos. Eu já não me lembrava mais de como era minha letra quando usada por tanto tempo. Cansa mais. É um processo mais lento, como tudo neste canto de mundo. Aqui tudo é muito mais devagar. Você ouve sobre as pessoas. Você lê. Você ouve música (que gosta e que não gosta) você observa gestos e atitudes. Você escreve. Você começa a se importar com coisas que lá fora são absolutamente, dispensáveis. Você pensa e pensa muito. Em tudo e todos. Tenho lembranças de colegas de infância que jaziam num canto escuro de minhas memórias.
Eu, Aristides (Jr), Mauro e Zé Luiz em nossa formatura de 8ª série |
Creio que aos poucos estou carregando minhas baterias.
Gabriel e Fernando |
Agora são 21:36 hs e vim aqui deitar. O Ricardo e outros vão sair de bote até a ilha ao lado. Minutos antes de me deitar, medi a temperatura da água do mar e do ar: -2,5°C.
Jantamos uma massa com molho vermelho e outro branco. O Bene mais uma vez, ajudou a Sophie na preparação. Institui o “palmas para a cozinheira”, a bordo.
A conversa ao redor da mesa, como sempre, são livros e filmes. Estou muito desatualizado; que horas esse pessoal vê tantos filmes, vai a tantos shows, lêem tantos livros e ainda viajam a trabalho e ou trabalham?
Essa é a popa do Kotic onde fazíamos nossas refeições. Vemos (da esq p dir) Ricardo, Fernando, Oleg, Igor, Maristela, Bene, Sophie e Adriana. Vinho não faltava nunca, queijos e presunto cru...hummmm |
Sophie me falou de um livro sobre o Estreito de Magalhães e me afiançou que vou gostar. Vou pegar a referência e procurarei comprar para ler.
Tomei um Golden Label (18 anos) com o Oleg hoje de novo.
Chegamos aqui em curveville Island, as 17:30h saímos de Enterprise exatamente as 14:00hs. Ao sairmos havia um iceberg enorme que acabamos dando uma volta completa nele.
Isso tudo é um único bloco de gelo. A parte maior lembra um coelho... |
No caminho até aqui esfriou muito e estamos com uma temperatura média de -2°C frio pra caramba. Aqui estamos navegando a motor. O mar é liso e não há ondas. Fica fácil. Não dá enjôo.
Amanhã, provavelmente, iremos para Dorian Bay. Lá mesmo com esse tempo dá pra andar e visitar vários lugares a pé.
Aqui não dá nem para sair do barco. O confinamento é quase completo.
Continua nevando lá fora. O que era novidade ontem, já começa a incomodar. O pessoal que veio junto já esteve aqui em 2009 e pegaram isso aqui com um belo sol. Tudo fica muito mais bonito. Eles tiraram muitas fotos bacanas.
Vamos orar para a melhoria do tempo.
Boa noite.
OBS* pegamos um pedaço de iceberg para tomarmos com whiskie. Esse gelo de acordo com o capitão Oleg, tem milhares de anos. Você pode ouvir as microbolhas de ar se soltando do gelo em pequenos estalidos. Sensacional poder ter feito isso.
Continua...
Boa navegação a todos!
Capitão Gutemberg.
Comandante da Embarcação Odyssey.
Oleg, Igor, Maristela, Bene e Sophie. Era aniversário da Maristela. |
terça-feira, 25 de outubro de 2011
Expedição Antártica 2011 - 7º Dia - Deception Island - 2º dia
Diário de Bordo em 28 de janeiro de 2011 - Sexta-feira
7º Dia de expedição
Temperatura: 2°C (por volta das 12:00 hs)
Céu: encoberto por nuvens
Vento: NNE
Velocidade do vento: não aferido
Direção deslocamento: ancorado em Telephone Bay (interior da Deception Island)
Velocidade de deslocamento: ancorado
Barômetro: 993 hPa
Condição do mar: liso
Coordenadas: 62°55’67.3" S; 60°41'040"W
Local: interior de Deception Island
Sai bem depois do café com um grupo de fotógrafos para irmos até uma velha base que foi derretida pela erupção que ocorreu aqui em 1967 e 1969.
Caminhamos muito, sempre pela orla interna da enseada. Há muito gelo escondido por debaixo das cinzas vulcânicas.
DECEPTION ISLAND não tem esse nome ao acaso. Pelo que diz o OLEG, DECEPTION é totalmente diferente de tudo que é ANTÁRTICA. DECEPTION está mais para solo lunar – ou de Marte, do que para algo já dentro da Confluência Antártica.
DECEPTION é monocromática, se você desconsiderar o céu (quando aberto como ontem) e as águas do mar.
Essa enseada principal possui várias outras pequenas enseadas, como a que pernoitamos ontem, chamada TELEPHONE BAY.
Quando acabávamos de contornar uma dessas enseadas, eu e RICARDO demos de cara com uma foca enorme deitada em plena siesta. Logo a seguir vimos outra e até a base derretida foram apenas essas.
Os pingüins que existem aqui são chamados de PINGUINS DE BARBICHA. Existem muitos tipos de pingüins e pelo que entendi cada qual habita no seu lugar ou em ilhas diferentes.
De fronte com a base derretida – iteralmente derretida, havia outro veleiro grande.
Era de tripulação francesa também. Acenei nossa bandeira – a Mãe Gentil – para eles e logo vieram nos conhecer.
Estão no mar a bastante tempo. Uma família enorme.
O Kotic veio nos buscar onde estávamos e embarcados prosseguimos para uma ESTAÇÃO BALEEIRA abandonada, quase na entrada de DECEPTION.
Depois de várias tentativas de sucesso, com o ramo do mercado de óleo de baleia essas estações foram fechando na sequência.
Aqui, a INGLATERRA estabeleceu então uma Base de pesquisas científicas e até um pequeno aeródromo, com hangar e tudo. Boa parte dessas instalações foram igualmente destruídas por aquelas erupções vulcânicas. O tempo tem preservado essas instalações. Passa uma sensação de desolação andar por ali.
Queria caminhar sozinho, então fiz uma programação diferente. Boa parte do grupo foi conhecer uma pinguineira do outro lado de uma baita montanha de gelo. Fiquei aqui com ANDRÉ e FERNANDO e GABRIEL, filho do ANDRÉ, que estão tentando fazer imagens em 3D, com isso, fui caminhando até o final da praia (?) onde há um buraco nas montanhas que fecham toda DECEPTION.
Esse buraco se chama NEPTUNE WINDOWS, ou JANELA DE NETUNO. Ela fica bem na direção da PENÍNSULA ANTÁRTICA. Subi até sua borda para ver o oceano Antártico. Só não me falaram que ali foi “o” ou “um dos” olhos da erupção. Tinha uma parede de pedra enegrecida pela lava de aproximadamente uns 80 metros de altura e do outro lado quase igual, mas mais baixo.
Lá embaixo em mar de raro verde. Olhando lá de cima para o lado interno de DECEPTION, entendi que aquelas pedras – algumas enormes e outras nem tanto, na verdade foram cuspidas pelo vulcão.
O chão é fofo e de pedrinhas bem pequenas que me lembravam as que são usadas pra asfaltamento.
A visão daquele buraco foi impressionante. Imediatamente me ajoelhei e adorei ao meu Deus. Como é grande e poderoso o Deus a quem sirvo.
7º Dia de expedição
Temperatura: 2°C (por volta das 12:00 hs)
Céu: encoberto por nuvens
Vento: NNE
Velocidade do vento: não aferido
Direção deslocamento: ancorado em Telephone Bay (interior da Deception Island)
Velocidade de deslocamento: ancorado
Barômetro: 993 hPa
Condição do mar: liso
Coordenadas: 62°55’67.3" S; 60°41'040"W
Local: interior de Deception Island
Sai bem depois do café com um grupo de fotógrafos para irmos até uma velha base que foi derretida pela erupção que ocorreu aqui em 1967 e 1969.
O que restou da Base. Note os ferros retorcidos pela lava... |
Caminhamos muito, sempre pela orla interna da enseada. Há muito gelo escondido por debaixo das cinzas vulcânicas.
DECEPTION ISLAND não tem esse nome ao acaso. Pelo que diz o OLEG, DECEPTION é totalmente diferente de tudo que é ANTÁRTICA. DECEPTION está mais para solo lunar – ou de Marte, do que para algo já dentro da Confluência Antártica.
Vai dizer que não se parece com os filmes de Marte... |
DECEPTION é monocromática, se você desconsiderar o céu (quando aberto como ontem) e as águas do mar.
Essa enseada principal possui várias outras pequenas enseadas, como a que pernoitamos ontem, chamada TELEPHONE BAY.
Quando acabávamos de contornar uma dessas enseadas, eu e RICARDO demos de cara com uma foca enorme deitada em plena siesta. Logo a seguir vimos outra e até a base derretida foram apenas essas.
Ricardo realizando suas fotos. Note a mistura de gelo com cinzas na parede à frente. |
Os pingüins que existem aqui são chamados de PINGUINS DE BARBICHA. Existem muitos tipos de pingüins e pelo que entendi cada qual habita no seu lugar ou em ilhas diferentes.
De fronte com a base derretida – iteralmente derretida, havia outro veleiro grande.
Era de tripulação francesa também. Acenei nossa bandeira – a Mãe Gentil – para eles e logo vieram nos conhecer.
Estão no mar a bastante tempo. Uma família enorme.
O Kotic veio nos buscar onde estávamos e embarcados prosseguimos para uma ESTAÇÃO BALEEIRA abandonada, quase na entrada de DECEPTION.
Depois de várias tentativas de sucesso, com o ramo do mercado de óleo de baleia essas estações foram fechando na sequência.
Visão da Base abandonada e destruída em partes pela erupção. |
Aqui, a INGLATERRA estabeleceu então uma Base de pesquisas científicas e até um pequeno aeródromo, com hangar e tudo. Boa parte dessas instalações foram igualmente destruídas por aquelas erupções vulcânicas. O tempo tem preservado essas instalações. Passa uma sensação de desolação andar por ali.
Lado interior da Base baleeira |
Queria caminhar sozinho, então fiz uma programação diferente. Boa parte do grupo foi conhecer uma pinguineira do outro lado de uma baita montanha de gelo. Fiquei aqui com ANDRÉ e FERNANDO e GABRIEL, filho do ANDRÉ, que estão tentando fazer imagens em 3D, com isso, fui caminhando até o final da praia (?) onde há um buraco nas montanhas que fecham toda DECEPTION.
Esse buraco se chama NEPTUNE WINDOWS, ou JANELA DE NETUNO. Ela fica bem na direção da PENÍNSULA ANTÁRTICA. Subi até sua borda para ver o oceano Antártico. Só não me falaram que ali foi “o” ou “um dos” olhos da erupção. Tinha uma parede de pedra enegrecida pela lava de aproximadamente uns 80 metros de altura e do outro lado quase igual, mas mais baixo.
Note as paredes enegrecidas da rocha... e contrastando o azul do mar... lindo e forte! |
Detalhe da água... |
Lá embaixo em mar de raro verde. Olhando lá de cima para o lado interno de DECEPTION, entendi que aquelas pedras – algumas enormes e outras nem tanto, na verdade foram cuspidas pelo vulcão.
O chão é fofo e de pedrinhas bem pequenas que me lembravam as que são usadas pra asfaltamento.
A visão daquele buraco foi impressionante. Imediatamente me ajoelhei e adorei ao meu Deus. Como é grande e poderoso o Deus a quem sirvo.
Eu sei que não é preciso ver esse tipo de coisa pra conhecer a obra de Deus, mas isso me despertou me renovou para a grandeza de sua obra. Com certeza vou olhar de forma diferente para as pequenas flores que existem em meu jardim. Emocionei-me ao ver aquela cratera e me emociono novamente ao lembrar daquilo.
O buraco que restou na montanha por onde saiu lava... |
Ao Senhor de Israel e pai do meu Senhor Jesus, toda honra e toda glória pra sempre!
Mais uma vez meus joelhos se dobraram diante do tamanho daquelas paredes recortadas que nada mais são do que jatos de lavas endurecidos, e sentado me lembrei de Sodoma e Gomorra. As pessoas incrédulas e pecadoras sendo queimadas pelo fogo que caía do céu. A ordem dada a Ló (gênesis 19:12-22) era de que saísse daquela cidade com sua mulher e duas filhas e nem olhasse para trás e fez cair sobre Sodoma e também Gomorra enxofre e fogo. Porém sua mulher não resistindo, olhou para trás e se transformou em uma estátua de sal (Gn 19:26)
Mais uma vez meus joelhos se dobraram diante do tamanho daquelas paredes recortadas que nada mais são do que jatos de lavas endurecidos, e sentado me lembrei de Sodoma e Gomorra. As pessoas incrédulas e pecadoras sendo queimadas pelo fogo que caía do céu. A ordem dada a Ló (gênesis 19:12-22) era de que saísse daquela cidade com sua mulher e duas filhas e nem olhasse para trás e fez cair sobre Sodoma e também Gomorra enxofre e fogo. Porém sua mulher não resistindo, olhou para trás e se transformou em uma estátua de sal (Gn 19:26)
“Senhor, desejo em Ti uma vida nova. Não desejo tornar-me uma estátua de sal por olhar para minha vida anterior e desejar o que ficou no ...Novo em Cristo quero estar. Novo em Cristo desejo permanecer. Tudo que ...o Senhor tem me dado e não há nada, nem um grão de areia de minha vida anterior que possa ser mais valioso que servi-lo. Amém!"
Desci até a prainha e fui sendo seguido por uma família de pingüins. O sol que desde cedo estava escondido, apareceu. O Senhor ouviu meu louvor e minhas preces. Os pingüins são engraçados. As famílias dos pingüins são engraçadas. Você observa, claramente, quem são os pais. Normalmente são mais baixinhos e gordinhos que os demais....(risos)
Família de pinguins. São muito curiosos e amistáveis. |
Papai e Mamãe pinguins... |
Parecem tropas nas águas e não medem esforços para fazerem peripécias para a gente. Creio ter ficado a menos de um metro e meio deles, por várias vezes. Como em terra são bem mais vagarosos que o humano, eles logo entravam na água e 'voavam' até a minha frente onde saíam e faziam pose tipo: ei forasteiro! De onde você é?
Bem próximo do local onde havia desembarcado na praia, tinha uma enorme foca dormindo. Andei quase quatro horas e ela ainda lá. Aproximei-me a uns dois metros dela e nada de acordar. De repente olhei melhor e achei tê-la reconhecido. Não é que se parece, muito, com Dona Batata, a Cindy? A mesma carinha. Por isso que acreditei que seja fêmea...não sei...
Fala ai se não parece a Cindy dormindo? hahahaha |
Caminhei pelas ruínas e andei no gelo, que ainda há por aqui, embora seja verão. Fiz bolas com ele e joguei no espaço, como se fosse algum dos meninos, no João Pedro eu acho. Gostaria que ele estivesse aqui pra eu jogar uma bola de neve nele.
Fui até o alto de um morro e lá embaixo uma enorme bacia seca. Não haverá fotos desses lugares, porque minha bateria, simplesmente, acabou.
Dali vi o Bene, que é aviador, entrando no hangar abandonado. Não resisti desci, sorrateiramente, até a parte detrás e joguei uma pedra no teto que é todo de zinco. Aquele barulhão lá dentro...(risos, muitos risos)...Bene saiu correndo lá de dentro que nem um louco achando que ia desabar tudo...ai, ai, que dor de barriga em lembrar de tanto rir. Mesmo assim, Bene que estava com o ..., solicitou o boto pra me pegar na praia.
Para provar que eu estive lá... |
Restos da matança de baleias que essa ilha presenciou. Ao fundo pode-se ver o Neptune's window |
Ossadas e mais ossadas, fora as que foram jogadas dentro das águas. |
Belo dia.
Belo reencontro com meu Deus.
Orei por todos vocês, de casa e meus amados irmãos em Cristo.
O Senhor esteja com todos vocês, como tem estado comigo, aqui. Amo vocês Rita, Fê, Gu, João, Tosco e agora também Mel, Lari e Alice...e todos os demais, manas, cunhas, sobrinhada a lot...
Vidas em Deception Island
Vidas em Deception Island
Pinguin Gentoo ou de Papua |
Skua |
Foca de Weddell |
Pinguim de Barbicha |
Nascimento de uma gramídea (creio eu). Só vi aqui. Na Península não tem absolutamente nada de verde in natura, claro. |
Continua...
Boa navegação a todos!
Capitão Gutemberg.
Comandante da Embarcação Odyssey.
Expedição na Antártica 2011 - 8º Dia - Saída de Deception Island e Enterprise Island
Diário de Bordo em 29 de janeiro de 2011 - Sábado
12:00hs saída Decepcion
Temperatura: -1°C
Céu: encoberto com chuva/neve
Mar: liso
V.Vento: 17 Kn
V.Desloc: 6 Kn (aproximadamente)
Dir: Decepcion Isl
Bar: não aferido
As 12:00 iniciamos os procedimentos, dentro de Decepcion Isl, para rumarmos em direção a península Antártica, até uma pequena ilha chamada Enterprise, que está colada a outra maior de nome.
O tempo na saída estava tranqüilo e enquanto o barco tem curta velocidade de navegação, eu consigo ficar de pé ajudando em algo. Começou a navegar abaixo dos 6 Kn (aproximadamente 11,112 Km/h). Nossa perna teria entre 100 Mn e 120 Mn. Algo em torno de 20 horas de navegação. Nossa navegação foi, aproximadamente, de 104 Mn.(191,29 Km)
De fato próximo das 8:30 (30jan) chegaríamos em Ilha Enterprise, 20:30 hs de navegação.
Permaneci a maior parte desse tempo, deitado em minha cabine entre arrepender-se e motivando-se com a viagem. Uma coisa é certa e clara para mim com exatos 10 dias fora de casa: é muito tempo sem a Rita e os meninos.
Vou ficar muito tempo pensando nas coisas. Senti saudades das broncas da Rita nos meninos, por causa da bagunça e outras bobagens. A Rita precisa ter essa oportunidade de se abstrair da casa para pensar sobre isso.
Noite muito tumultuada. O barco range bastante. Oro para que amanheça logo.
Continua...
Boa navegação a todos!
Capitão Gutemberg.
Comandante da Embarcação Odyssey.
12:00hs saída Decepcion
Temperatura: -1°C
Céu: encoberto com chuva/neve
Mar: liso
V.Vento: 17 Kn
V.Desloc: 6 Kn (aproximadamente)
Dir: Decepcion Isl
Bar: não aferido
As 12:00 iniciamos os procedimentos, dentro de Decepcion Isl, para rumarmos em direção a península Antártica, até uma pequena ilha chamada Enterprise, que está colada a outra maior de nome.
O tempo na saída estava tranqüilo e enquanto o barco tem curta velocidade de navegação, eu consigo ficar de pé ajudando em algo. Começou a navegar abaixo dos 6 Kn (aproximadamente 11,112 Km/h). Nossa perna teria entre 100 Mn e 120 Mn. Algo em torno de 20 horas de navegação. Nossa navegação foi, aproximadamente, de 104 Mn.(191,29 Km)
Enterprise Island depois de 20,30 horas de navegação...a 5 Kn |
Primeiros Seabergs já entrando para o abrigo de Enterprise Island |
Visão panorâmica do convés do Kotic |
Lado interno de Enterprise Island |
Outro Seaberg |
Ficamos ancorados ao lado do veleiro MArie P'ôle e ao lado desse pesqueiro naufragado |
Atracando a contrabordo do Marie P'ôle. Veja o naufrágio |
Permaneci a maior parte desse tempo, deitado em minha cabine entre arrepender-se e motivando-se com a viagem. Uma coisa é certa e clara para mim com exatos 10 dias fora de casa: é muito tempo sem a Rita e os meninos.
Vou ficar muito tempo pensando nas coisas. Senti saudades das broncas da Rita nos meninos, por causa da bagunça e outras bobagens. A Rita precisa ter essa oportunidade de se abstrair da casa para pensar sobre isso.
Noite muito tumultuada. O barco range bastante. Oro para que amanheça logo.
Continua...
Boa navegação a todos!
Capitão Gutemberg.
Comandante da Embarcação Odyssey.
Expedição Antártica 2011 - 6º Dia - Estreito de Drake - Deception Island
Diário de Bordo em 27 de janeiro de 2011 - quinta-feira
Temperatura: 0°C
Céu: aberto
Vento: leve
Velocidade do vento: 10.5 Kn
Direção deslocamento: Deception Island
Velocidade de deslocamento: 7.5 Kn
Barômetro: 994 hPa/993.7 hPa
Condição do mar: ondas quebradas, mas menores
Coordenadas: 62°55’67.3" S; 60°41'040"W
Local: Estreito de Drake com Snow Island por bombordo
As 03:15 hs ouvi muito barulho e percebi que o mar estava mais amistoso e me levantei. Também não agüentava mais. O Oleg estava no leme e me mostrou uma ilha que se parecia com uma nuvem no limiar do céu com o mar. Uma alucinação. Detalhe: 03:15 h e há luz. Essa ilha que está em nosso Be e em nosso Bb está SNOW ISLAND.
Continua...
Comandante da Embarcação Odyssey.
Temperatura: 0°C
Céu: aberto
Vento: leve
Velocidade do vento: 10.5 Kn
Direção deslocamento: Deception Island
Velocidade de deslocamento: 7.5 Kn
Barômetro: 994 hPa/993.7 hPa
Condição do mar: ondas quebradas, mas menores
Coordenadas: 62°55’67.3" S; 60°41'040"W
Local: Estreito de Drake com Snow Island por bombordo
As 03:15 hs ouvi muito barulho e percebi que o mar estava mais amistoso e me levantei. Também não agüentava mais. O Oleg estava no leme e me mostrou uma ilha que se parecia com uma nuvem no limiar do céu com o mar. Uma alucinação. Detalhe: 03:15 h e há luz. Essa ilha que está em nosso Be e em nosso Bb está SNOW ISLAND.
Snow Island |
Em nossa proa DECEPTION ISLAND. Previsão de chegada próxima das 10:00 horas. Fui para a cama e dormi gostoso. O mar estava mais tranqüilo. Levantei pelas 09:00 horas e estávamos com a DECEPTION em nosso Bb. Gigantesca.
DECEPTION ISLAND é engraçada. Ela é uma ferradura com uma pequena abertura por onde você passa para seu interior. Quase uma lagoa, mas grande. No fundo, de quem entra, bem no fundo, há outra enseada muito menor. Entramos nela e o Oleg jogou a proa na areia.
Formação de Deception Island no radar do Kotic... uma ferradura |
Outra curiosidade daqui é que é uma ilha de formação vulcânica que teve sua última atividade em 1967, onde se gerou exatamente essas pequenas lagoinhas onde estamos.
Aqui é rocha e rocha moída. Ah! Tem neve também. Mas como estamos no verão apenas resquícios dela.
Hoje pela manhã fui à terra dar graças à Deus pela sua bondade e grandeza. Depois disso corri atrás de uma foca peleteira. Ela que perdia seu couro para os caçadores. Também subi num morro próximo e pude tirar algumas fotos incríveis de toda a baía interna de DECEPCION.
Há uma estação baleeira abandonada de muito e há também duas estações meteorológicas, sendo uma argentina e outra chilena. NA: na verdade espanhola, fiquei sabendo depois.
Ficamos todos esses dias sem conseguir usar o telefone iridium.
Hoje consegui usar o aparelho e falei com a MELISSA que atendeu a ligação. Já na seqüência falei com a RITA. Depois liguei novamente para poder falar com a RITA, FE e com o JOÃO. Todos estão bem, graças a Deus. Fico bem também.
Creio que ficaremos imóveis aqui até amanhã a noite ou a tarde. Depois iremos até a Península Antártica.
Ah! As 03:30 horas e depois as 10:30 horas aproximadamente vi baleias. Muito rápido mas as vi. Primeiro percebi um esborrifo de água em meio ao mar e na sequência a cauda da primeira. A segunda vi por duas vezes suas costas. Pinguins já são pardais. Petréis e outras aves tantos.
São 17:06 horas com 1000 hPa, subindo a pressão, céu azul de pouquíssimas nuvens e muito frio seco lá fora.
O IGOR está limpando os traseiros de carneiros. Um o BENE pediu para fazer e vai deixar marinando em vinho até amanhã.
Vou convidar a RITA para vir até USHUAIA me esperar chegar e irmos embora juntos.
Boa navegação a todos!
Capitão Gutemberg.
terça-feira, 18 de outubro de 2011
Expedição à Antártica 2011 - 9º Dia - Enterprise Isl
Diário de Bordo em 30 de janeiro de 2011 - Domingo - Dia do Senhor
T: -2°
Bar: 972,9hPa
Céu: encoberto com chuva/neve
Mar: Liso
Vento: 8,4Km – 4,7Km
Coord: 64°32.400’S; 61°59.914’w Enterprise Isl
V.Vento: 90°E Polar
V.Desloc: atracado a contrabordo do veleiro
Dir:
“Amado Senhor, rendemos graças a Teu nome e ao nome do Teu filho e Nosso Senhor Jesus, neste Teu dia. Junto, em pensamento, com meus irmãos, elevo louvores a Ti. Que o Teu nome seja bendito, entre todas as pessoas. Contemplando Tua obra neste lugar desolado e distante, entendo Tua grandiosidade. Louvores, louvores sejam dados a Ti. No nome santo de Jesus. Amém!”
Por volta das 07:00h, vi meu primeiro iceberg. Não era muito grande, mas denúncia a proximidade com a Península Antártica. Estamos próximos do nosso alvo e abrigo que se chama Enterprise.
Ao chegarmos na posição, encontramos um veleiro, de franceses, que já havíamos encontrado na Ilha Decepcion, atracado a contrabordo de um velho naufrágio, de um barco baleeiro. Atracamos em seu contrabordo.
Até aqui, nenhuma vida marinha a vista, salvo uma foca de Weddel provavelmente, ou Peleteira, nos observando ao longe. ..., há também um grupo de aves, Skua e Petréis por ali.
Levantei-me com fome. Não comi, quase nada, nas últimas vinte horas de navegação. Descobri que o Meclin dá sono, sim. Está na bula.
O cardápio a bordo deve ser um capítulo a parte nestes comentários. Basicamente é o seguinte:
Café da manhã: pão italiano esquentado em fatias na frigideira, manteiga, geléias de morango e pêssego (que Sophie faz), leite, chocolate, café e chá.
Almoço: já comi várias coisas. Arroz, lentilha, sopa de legumes e refogado com legumes, saladas de batata, beterraba e verduras. Cenoura, muita cenoura. Tomate, macarrão ao sugo (sem carne), onde eles colocam creme de leite.
Jantar: mais ou menos as mesmas coisas. Durante todo o tempo você tem acesso a pão, fruta, queijo, vinho e cerveja. As 19:00hs o Capitão Oleg me convida sempre, para um gole de wiskie. Não pude acompanhá-lo por vários dias. Por estar navegando ou por estar mareado pelas travessias.
Como frutas: temos pêssego, laranja e maçãs (normais ou verdes).
Sobremesa: Sophie prepara tortas de maçãs ou alguma outra coisa. Há chocolates em barra e algumas balas.
Paramos aqui em Enterprise onde tentaremos repor a água doce dos tanques. Há uma montanha de neve lá fora sobre as rochas. O Igor tem a incumbência de furar a primeira camada de gelo e sugar onde há bolsas de água. Coloca-se um funil ali por meio de mangueiras que é levada até o tanque.
Montanha a frente. Ao lado o veleiro Marie Pôr |
Neva lá fora! caem floquinhos mais lentos do que a água que são cristais de gelo que vão se acumulando um pouco, sob o convés. Não há muito, então ela derrete.
Parado sempre é bom. O abrigo onde, atracamos o barco, não se mexe. Não há muito a se fazer lá fora, por isso deveremos passar bastante tempo, deste domingo, aqui dentro.
Depois do almoço, permanecemos um pouco no Kotic e depois em grupo, decidimos ir até uma pequena praia do lado, mesmo com neve e chuva. Entenda-se praia um local de pedras planas.
Na dita prainha, há uma ponta de pedra onde havia uma família de foca Peteleira, algumas Skuas e Sterns, que são pequenas aves barulhentas.
Havia um ninho de Skua, com dois ovos, e quando nos aproximamos, elas voaram expulsando-nos. Na verdade, esses ovos já deveriam ter virado filhotes. Também há de estranho que não há grandes fontes de comida ali para eles. Em suma, está tudo errado. Quando saímos de perto, eles voltaram pra chocar os ovos. Podem ser um casal novo.
As focas Peleteiras são bem engraçadas. Para se ter uma idéia, são elas que, víamos no circo com uma bola no nariz. Elas ficavam o tempo todo se exibindo para nós.
A montanha em que estamos tem muita neve. Andei por ela e você acaba afundando quase até o joelho. Ela é soft. A noite topei uma partida de buraco com o Fernando, Ricardo e Igor. Jogamos até umas 24:00hs.
Frio...muito frio |
Lá fora tem certa claridade, ainda.
Boa navegação a todos!
Capitão Gutemberg.
Comandante da Embarcação Odyssey.
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