sexta-feira, 27 de março de 2015

Diário de Bordo em 27 de março de 2015

Já era para termos chegado no Saco da Fazenda em Itajaí/SC, depois de 30 horas de  navegação, mas na sexta passada tivemos um problema na placa elétrica do catamarã que iremos usar, do amigo Armando e adiamos. 

Creio que tudo esteja pronto para sairmos sexta agora (03Abr). Sendo assim deveremos chegar no sábado, dia 04 e voltamos de avião no dia 05, segunda-feira.

Estou no MS Tradição. Foi dia de faina. Leve, mas faina. Pintei o nome da embarcação em todos os extintores e outras pequenas coisas. 

O motor voltou a funcionar, abastecemos ontem aqui mesmo na marina. Compramos de fornecedor e foi entregue de caminhão. O preço compensa. Com motor a postos e combustível, agora vamos dar andamento na limpeza do fundo e substituição dos anôdos de sacrifício. Vamos refazer também o aterramento do barco para evitar corrosão mais acelerada. 

Pintamos os extintores (sete) e depois de tudo pronto, novinhos, vi que a validade venceu em fevereiro...ou seja, tudo no carro para subir a serra e serem recarregados novamente....

Um ano passou assim.... num segundo!!

Bom, vamos descansar que amanhã tem mais. Saíndo a viagem, posto tudo aqui para vocês.

Abraços e boa noite!

Bons Ventos e Boa navegação a todos! 
Capitão Gutemberg
Comandante da Embarcação MS Tradição

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

 Diário de Bordo em 06 de fevereiro de 2015


Aos nossos Heróis resta quase sempre o desconhecimento e/ou o esquecimento. Mas é próprio de nossa gente fazer o bem sem desejar colher os louros do feito....como tanto outros, conheça a história do marinheiro Oliveira.

HEROÍSMO E DESPRENDIMENTO

Durante a “Grande Guerra” o Brasil, além de vários oficiais e médicos do exército, mandaram à zona de operações uma divisão constituída pôr dois cruzadores e cinco contratorpedeiros, afora alguns transportes, entre os quais o rebocador “Laurindo Pita”. O Laurindo, sob o comando de um oficial que muito honrou a marinha – Heitor Perdigão – desempenhou penosos serviços, numa atividade incansável de seu pessoal. Certa vez, achava-se atracado a um contratorpedeiro, descarregando minas de profundidade. As minas de profundidade são bombas contra submarinos. Deixam-se cair na água e quando atingem certa profundidade, explodem, destruindo o submarino e tudo que esteja nas profundidades.

Pôr um descuido qualquer, ao passar de mão em mão para o contratorpedeiro, uma mina caiu ao mar. A impressão foi de atordoamento. Todos ficaram atônitos. 

Era o aniquilamento dos dois navios com todo o pessoal que neles se achavam. Só Deus podia salvá-los! 


Foi quando se percebeu, sob o espanto geral, um homem despir a camisa e atirar-se ao mar atrás das borbulhas que, como um rastilho de morte, a mina deixara ao mergulhar.

O que iria fazer aquele louco? Numa rápida visão todos o compreenderam: ia salvá-los. Aquele homem, em vez de fugir do perigo, lançava-se resolutamente sobre ele, para salvar o seu navio e a vida dos seus camaradas. Correram segundos de aflitiva ansiedade. Todos tinham os olhos pregados no lugar onde as ondas se haviam fechado sobre o corpo do marujo.

Afinal, ele surge!

É uma sombra vaga ainda que venha subindo, subindo, tornando-se cada vez mais nítida, até aflorar nas ondas. Apertada de encontro ao seu peito o herói trazia a mina!

Salvos! Correu um murmúrio pelos lábios daqueles homens ansiosos. 

Um Hurrah! Vibrante coroou o heroico feito do companheiro só então reconhecido: era o marinheiro de primeira classe José de Souza Oliveira. Fatigado, ofegante, saiu d’água, sobraçando o destruidor engenho. Conseguiu apanhá-lo quase ao arrebentar...
Não fora a sua coragem, a sua decisão, seu espírito de amor à Pátria e aos companheiros, não fora a sua resistência física que lhe permitiu dar tão profundo mergulho, e o herói não teria salvado os companheiros nem os navios. O marinheiro Oliveira, modestamente, procurou furtar-se a todas as demonstrações e continuou ignorado e humilde a servir nas fileiras até terminar o seu tempo de serviço. 

Como prêmio, apenas uma citação em sua folha de serviços....

Fonte: Manual de Valores Morais contidos na Promessa e na Lei Escoteira - Chefe Elmer S. Pessoa

Uma excelente sexta-feira e ...

Boa navegação a todos! Bons Ventos!

Capitão Gutemberg. 

Comandante da Embarcação MS Tradição.

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

MS Tradição

Diário de Bordo, 05 de janeiro de 2015

Janeiro parece que é mesmo a época de retornar ao Blog do Capitão. Me assustei quando vi que a última postagem foi no dia 15 de janeiro de 2014.

Os tempos estão muito corridos, infelizmente.

Bom, desde a última postagem, que na verdade foi apenas uma desculpa de postagem, algumas coisas andaram bem. 

Meu projeto de chegar a uma embarcação maior de fato se realizou, e de fato se realizou ao final de 2013. Consegui chegar numa carbrasMar de 61 pés. 

Conheci essa embarcação a mais de quatro anos atrás e ela se chamava "QUITA" e na ocasião não foi possível um negócio com ela. Passados mais de dois anos, as coisas acabaram acontecendo. Veio para a família com o nome de "SIR ALFRED". Quita era o nome da mãe de seu antigo proprietário e Alfred o nome do pai do proprietário anterior. Seguindo essa lógica deveria se chamar CIDA, mas decidi quebrar essa linha e finalmente no mês passado fizemos a transferência e se chamará, sob nosso comando "MS TRADIÇÃO".

MS (Motor Ship) TRADIÇÃO por ser um barco a motor e um home ship ou um trawler. Possui dois motores de 800 Hp e um conforto invejável. Uma casa flutuante realmente.

Um barco de linhas clássicas, altamente confiável com um design interno fabuloso. Nada de requintes exagerados, mas uma funcionalidade que permite tripulação e passageiros passarem longas temporadas à bordo.


Primeiro contato que tivemos com a CarBrasMar 61 - QUITA

Tínhamos ido almoçar com a Odyssey na Marina Supmar, no canal de Santos. Sempre que podíamos fazíamos essa travessia pelo canal do manguezal. Como de costume almoçamos e depois para fazer a digestão, ficamos caminhando por entre os barcos que ali estavam, no seco.

Já quando íamos embora, vimos a QUITA atracada e em reforma. Pedimos para conhecer o barco e fomos recebidos por seu proprietário,  o Sr Mauro, que logo contou toda a história da embarcação. Pertenceu a família Abravanel, afiançou. O próprio Sílvio Santos navegou com ela.

Bom, uma embarcação de 32 anos tudo e possível. A decoração e o layout interno foi obra de sua filha. Parabéns...ficou muito boa a divisão. Privilegiou acomodação ao invés de requintes desnecessários e impróprios para um barco. 

Ela possui no convés inferior 04 (quatro) camarotes e 03 (três) banheiros, sendo o de proa o principal com um banheiro privativo. Os demais camarotes intercambiam os banheiros, de forma que podem também se transformar em camarotes (estilo americano).

No convés principal temos o casario ou Praça D'Armas, com TV e dois amplos sofás e sistema de som, após vem a cozinha totalmente equipada com geladeira, micro ondas, fogão elétrico tudo 110 V e armários dos utensílios. À frente temos a copa, com mesa e cadeiras para seis pessoas e um passador entre a cozinha e esse local. Mais a frente temos a Ponte de Comando, que pode ser isolada por uma porta de correr, permitindo que o Comandante e seu Imediato possam navegar com tranquilidade dali.

Na área externa e na altura do convés principal, temos ainda a Praça de Popa com um mesa para oito pessoas, corredores laterais e a Proa, onde existe um solário e o paiol da âncora com seu guincho.

Lá na Praça de Popa temos a escada que dá acesso ao Flybridge, onde há um enorme solário, assentos em "L" e um bar com pia. Tem ainda um Comando secundário que permite uma navegação prazerosa. essa área é coberta com um bimini que oferece proteção contra o sol, exceto no solário.


Copa
 Cozinha
 Praça D'Armas
 Praça de Popa
 Acesso ao casario
 Ponte de Comando
 Proa

Bom, por enquanto é isso.... até mais e

Boa navegação a todos! 
Bons Ventos!!
Capitão Gutemberg
Comandante da Embarcação MS Tradição.