Nunca fui muito a favor dos chamados ecochatos. Mass nunca deixei de amar a natureza. Em minha adolescência fui escoteiro por muitos anos e aprendi lá o amor pela natureza e por tudo que ela representa de importante para a sobrevivência da vida na Terra, incluíndo a nossa, que muitos esquecem.
Tenho tido a oportunidade de viver um pouco no Canal de Bertioga, que liga a cidade de Bertioga ao Canal de Santos, através de um canal estreito que forma a Ilha de Santo Amaro, onde está localizada a cidade de Guarujá, um dos mais badalados balneários paulistas.
O Canal de Bertioga possui muitas marinas e condomínios de luxo e o fluxo de embarcações é considerável em determinadas épocas do ano. este ano foi muito grande, pelo calor que nosso verão nos brindou.
Consequência disso foi o fluxo de embarcações que por ali passaram. Quando digo embarcações, estou me referindo a barcos de alumínio (chatas), pequenas lanchas, lanchas, veleiros, iates e trawlers e até balsas, que para ususfruirem das riquezas paisagísticas do litoral acima de Bertioga e tentando fugir de uma navegação em águas mais abertas usam o canal para virem de Santos ou mesmo das marinas locais, para uma navegação de esporte e recreio.
A Marinha tem em seus regulamentos algumas recomendações sobre navegação em águas restritas (que é o caso de canais) delimitando o limite de velocidade, qual seja: até 7 Nós/hora (algo em torno de 13 Km/hora).
Essa velocidade visa permitir a boa prática da navegação em águas restritas.
Você que navega sabe o quão desagradável é cruzar com outra embarcação, estando essa acima da velocidade limite. Seu barco mergulha num conjunto de marolas e aderna para todos os lados, jogando tudo e todos ao chão, causando danos nos equipamentos e materiais do barco, por que na tentativa de segurar, as pessoas se agarram onde podem..., radares, porta-copos, suporte do toldo, etc.
Há também como consequência, os danos provocados nos barcos atracados nas marinas. Observe o corre-corre das funcionários e marinheiros quando alguém vem acima da velocidade pelo canal. Soam sirenes, acenam para que diminua a velocidade, mas nada...os barcos derribados (com a popa enfiada n'água) parece que estão de nariz levantado, tal qual seu infeliz proprietário.
Ao lado vemos - as vezes - marinheiros aflitos e envergonhados, pelas peripécias dos patrões...
Mas antes os danos ficassem nos barcos alheios. Já estaria de bom tamanho. O grande problema é que o principal dano não está relacionado aos danos materiais nos barcos, mas em coisa muito mais preciosa e que lamentavelmente quase ninguém observa.
Os manguezais estão sofrendo um recuo drástico em sua área, pois com as marolas produzidas as enfraquecidas árvores das margens estão caíndo, fazendo o manguezal caminhar em direção a terra seca e portanto à sua destruição.
As fotos que vou mostrar mostram a destruição do maior berçario de centenas de criaturas que ali se reproduzem, crescem, equilibram e vivem em harmonia com a própria natureza. Não bastasse as surtidas dos pescadores e moradores que ali buscam muito além do necessário para sua sobrevivência, os manguezais agora precisam enfrentar a fúria de proprietários de barcos velozes, mas além, que desrespeitam os direitos alheios de um bom e agradável passeio e o direito da natureza seguir seu próprio caminho.
Visão da região do Largo do Candinho. Essa área é uma das em melhores condições, pela extensão lateral das águas e por que só se consegue navegar num canal central, haja vista os lençois ou coroas que existem próximas das margens. Percebe-se nitidamente a diferença daqui, onde pelas características acima as marolas chegam com muito menor força às margens.
Veja uma delas caída, no canto direito da foto.
Colocarei outra matéria sobre o assunto embreve, com mais fotos que já tenho.
Por enquanto...
Boa navegação à todos!
Capitão Gutemberg
Comandante da Embarcação
Capitão Gutemberg
Comandante da Embarcação
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